Por:Steve Case
Podemos dançar? Sim, diz a maioria da juventude adventista interrogada na América do Norte. Não, diz a maioria dos adultos.
O estudo Valuegenesis, patrocinado pela Divisão Norte-Americana, confirma esta dicotomia em atitudes entre membros jovens e adultos.1 Uma parte dessa pesquisa tratou do modo em que a juventude adventista vê questões de estilo de vida. Pela análise de fatores, os pesquisadores descobriram que estas questões compreendiam três grupos. O primeiro grupo, chamado "Drogas", tratou de normas da igreja sobre drogas ilegais, tabaco, cerveja, álcool e vinho. O segundo grupo, "Cultura Adventista", incluía normas próprias dos adventistas -- tais como a observância do sábado, carnes imundas, exercício diário, sexo somente dentro do casamento, e vestuário modesto. O terceiro, "Cultura popular", incluía jóias, bebidas cafeinadas, música rock, dança e freqüência ao teatro.
A pesquisa revelou que a maioria da juventude adventista cria firmemente nos dois primeiros grupos, mas só uma minoria cria no terceiro. Os pais obtiveram notas melhores, mas questionaram as mesmas normas que os jovens. Professores adventistas revelaram a mesma tendência. Diretores de escolas tiraram notas um pouco mais altas que os professores, mas mostraram atitude semelhante. Os pastores obtiveram a nota mais alta de todos os grupos, mas revelaram a mesma tendência, mostrando que eles questionam as mesmas normas que os diretores, professores, pais e jovens (ver o gráfico).
Considere o cinema, por exemplo. De acordo com este estudo, a maioria dos adventistas na América do Norte vai ao cinema e somente 18 por cento da juventude adventista diz que ser adventista subentende não freqüentar cinema.2 Com o comportamento tendendo a se tornar um hábito, ordenar uma mudança provavelmente exacerbará o problema em vez de corrigi-lo. O melhor caminho é um estudo cuidadoso, reflexão reverente e diálogo aberto.
Princípios e aplicações
Talvez devêssemos começar com uma distinção entre princípios e aplicações. Sempre que há confusão sobre um princípio e sua aplicação, há necessariamente desacordo sobre normas e estilo de vida. Princípios são eternos e transcendem culturas. O que é verdadeiro para uma geração ou grupo de pessoas é igualmente verdadeiro para outro. Por exemplo, a maioria em quase todas as culturas através da história teve a modéstia em alta estima. A modéstia é um princípio.
Mas princípios são conceitos teóricos. Precisam ser vividos e aplicados à vida real. Tais aplicações requerem interpretação do princípio, e interpretações podem mudar de uma geração para outra, e de uma cultura para outra. Por exemplo, uma geração pode considerar um estilo de roupa de banho imodesto, ao passo que outra geração, não. Ambas as gerações podem concordar com a importância do princípio de modéstia, mas discordar quanto à aplicação do princípio. Uma cultura pode considerar andar descalço em público como imodesto, ao passo que outra nada vê de errado.
Embora seja possível que algumas aplicações de princípios sejam as mesmas de geração em geração ou de uma cultura a outra, não devíamos esperar que este seja o caso, especialmente numa sociedade pluralística na qual mudança parece ser a única constante.
Muitos adventistas têm dificuldade em distinguir entre princípios bíblicos e aplicações. É como se durante gerações aprenderam e memorizaram aplicações específicas de princípios bíblicos sem jamais dar-se conta dos princípios que jazem à base dessas aplicações. Se perguntarmos a tais adventistas por que insistem em uma aplicação particular, talvez não possam dar uma resposta convincente. O resultado? Assumir a defensiva ou abandonar práticas antes aceitas.
Porque os tempos mudam, as aplicações de uma geração podem ser inadequadas para a geração seguinte. Contudo, o princípio bíblico devia permanecer firme. Muitos membros querem respostas atalhadas. Reclamam critérios fáceis para a aplicação. Por exemplo, querem saber se certo grupo musical, ou mesmo um canto pelo grupo, é aceitável para adventistas. Um simples "Sim" ou "Não" pode ser rápido, mas dificilmente leva a uma decisão cuidadosa baseada em princípio. É mais provável que os que levantam a questão comparem a opinião pessoal deles com a aplicação verbal sua. Como resultado, você pode ser pego discutindo sobre a aplicação em vez de ir à raiz da questão, que é o princípio.